Bio


Na década de 80, Porto Alegre passou por uma explosão criativa de grande importância. Elementos  musicais vindos da música campeira gaúcha, dos folclores dos países vizinhos, da MPB e do rock progressivo dos 70, se fundiram na cidade de Porto Alegre através do trabalho de músicos locais e de outros que não eram necessariamente porto-alegrenses, mas que estabeleceram sua “central de operações” nesta cidade.
O movimento se desenvolveu rápido e profundamente e em pouco tempo já se falava de uma MPG (Música Popular Gaúcha). Não era campeira, não era urbana, não era estrangeira, ou era tudo isso e algo mais. Era Gaúcha. Alguma fórmula secreta, que só os músicos de Porto Alegre conheciam, dava às canções uma cor inequivocamente local.
Por algum motivo, cuja explicação não interessa agora, essa MPG começou a perder espaço até que praticamente não se falou mais nela. Claro que os músicos continuaram com seu trabalho, mas o estilo, se não desapareceu, perdeu força.
Nos dias de hoje, a história parece querer continuar.
O duo "Quiçá, Se Fosse.", resgata aqueles elementos indecifráveis que estavam presentes na MPG e os traz para o presente. Não apresenta uma sonoridade saudosista. É apenas a agradável sensação de que a história nunca se interrompeu, de que uma música e uma poesia genuinamente porto-alegrense e gaúcha está tão viva quanto no seu início e nunca deixou de estar. Róger Wiest e André Paz são dois músicos de sólida formação que transitam livremente por estilos de música diversos e em todos se dão bem. Será isso um dos ingredientes da fórmula secreta da Música Popular Gaúcha?
Dentre as muitas sensações agradáveis que permanecem depois de assistir um concerto do duo, também está a de ter visto dois excelentes profissionais, expressando seus sentimentos com total honestidade e com absoluta eficiência. Eles não estão preocupados com rótulos, mas apenas com dizer o que acham que deve ser dito. Será isso outro dos ingredientes da fórmula secreta da Música Popular Gaúcha?
Eles sabem a fórmula completa, mas receio que não a dizem nem pra si mesmos. Apenas compõem, tocam e cantam.
Sérgio Olivé


Róger Wiest
O músico e ator Róger Wiest tem seu trabalho voltado para a composição de canções e trilhas para o teatro. Foi compositor da trilha sonora da peça As Bufa (prêmio Açorianos para atrizes revelação em 2009 e Mirian Muniz em 2010). Integra o Grupo Teatral Cuidado Que Mancha nas peças A Almofada, o Castelo e o dragão, O Natal de Natanael, Bach para Crianças e As histórias mais loucas do mundo. Faz parte do Grupo Casa de Madeira, que recentemente recebeu o prêmio Mirian Muniz para circulação e oficinas em três estados brasileiros. Paralelo ao seu trabalho artístico, também ja realizou atividades de musicalização para grupos em projetos como: Pontos de Cultura, promovido pela Prefeitura Municipal de São Leopoldo (com financiamento do Ministério da Cultura - MINC) em 2009 e Cursos de Extensão da UFRGS, em 2008. É Graduando do curso de música na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), em Porto Alegre.

André Paz
Também integrante do grupo Casa de Madeira, músico e ator, iniciou seus estudos musicais aos 14 anos no interior do Rio Grande do Sul. Em 2007, fez parte do projeto Rolando Rock do baterista paulistano Rolando Castelo Júnior. Também em 2007, participou da composição da trilha do espetáculo Yvonne, em comemoração aos 50 anos do Departamento de Arte Dramática da UFGRS. Com essa aproximação com o teatro, começou a trabalhar com trilhas ao vivo para espetáculos teatrais, dentre elas Marat/Sade, Fando e Lis e Lady Day, esta baseada na autobiografia de Billie Holiday. Atualmente, além de professor particular de música, cursa bacharelado em Direção Teatral no DAD/UFRGS e é integrante do grupo Cuidado que Mancha onde atua no espetáculo Bach para Crianças.



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