Nessa fria manhã de domingo, dia 5 de junho de 2011, me encontro sozinho olhando a sublime luz do Sol refletir na superfície do rio Guaíba, em Porto Alegre. Aproveito a reflexão do Sol e permito à mim mesmo uma reflexão. Nos últimos dias, devido à acontecimentos no nosso país e no mundo, tenho pensado muito sobre a ordem das coisas: penso sobre nossa organização social, meios de produção, estabilishments, mídia, internet, e inúmeras outras estruturas oraganizacionais de nosso meio. Acredito que nos encontramos num processo de questionamento. Cada vez mais, cresce o número de indivíduos que questionam e refletem a "ordem natural" da sociedade. Indivíduos que, por acreditarem numa autogestão tolerante a "ismos" e crenças, criam ferramentas que refletem, de uma maneira ou de outra, esse ideal. Indivíduos como Daniel Weinmann, Diego Reeberg e Luis Otavio Ribeiro, criadores do site Catarse.
No dia 27 de maio, tive o prazer de ver a estréia de um dos primeiros projetos inscritos no Catarse. Pulp Dance, um espetáculo pronto, profisisonal, que encheu o Teatro de Câmara Túlio Piva com um público cativado e atento. E o detalhe não menos importante: sem o imbróglio estatal e empresarial, facilitando em muito a vida de quem produz projetos artístico-culturais. Tudo isso foi possível graças as pessoas que colaboraram com o projeto. Pra quem ainda não conhece, o Catarse funciona assim (segundo o próprio site): "Você envia seu projeto, diz quanto precisa e até quando quer arrecadar este dinheiro. Aí você divulga o projeto e as pessoas podem optar por apoiar com qualquer valor a partir de R$ 10 e receber recompensas por isto! Se até o prazo escolhido você tiver atingido o valor que precisa, você recebe o dinheiro. Senão, todo mundo recebe o dinheiro de volta. Simples assim." Com essa lógica simples e orgânica, o site já conseguiu chamar a atenção dos grandes meios de comunicação que, naturalmente, ficaram espantados com o termo "financiamento colaborativo". Hoje o Catarse conta com diversos projetos aprovados em todo país. Essa ideía "estranha" de colaboração em que todo mundo sai ganhando, ainda torce o nariz de muita gente, afinal, fomos ensinados e não ter fé no bem coletivo, e sim no individual. Porém, graças ao grande número de colaboradores do site, a maré está mudando e com certeza, pra melhor.
E é através dessa sincera reflexão que eu peço a colaboração de vocês no projeto da Quiçá, se fosse... no Catarse. Estava pensando em simplesmente mandar um pedido para toda a mailing list, um spam mesmo! Mas acredito que esse tipo de atitude não compete com o ideal que acabo de defender. Por isso, essa pequena mas sincera carta, escrita na fria manhã de domingo, dia 5 de junho de 2011, pede que dêem uma olhada no projeto e em outros projetos do site. E se possível, colaborem!!
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